A VIÚVA ALEGRE: Terceira ópera no VI Festival de Ópera do Parana

A VIÚVA ALEGRE
De Franz Lehár - Teatro da Ópera de Roma

08/10 (sex) às 18h

La Bohème (Duração: 2h10)


Opereta em três atos
Libreto de Victor Léon e Leo Stein, baseado na comédia de Henri Meilhac L’attaché d’ambassade (1861)
Cantada em alemão
Encenada pela primeira vez em 1905, em Viena
Duração: 1h57

Maestro: Constantin Trinks
Diretor: Damiano Michieletto
Maestro de coro: Roberto Gabbiani
Figurinos: Carla Teti
Coreografia: Chiara Vecchi
Orquestra e coro da Ópera de Roma


Anthony Michaels-Moore (Baron Mirko Zeta)
Adriana Ferfecka (Valencienne)
Nadja Mchantaf (Hanna Glawari)
Paulo Szot (Conde Danilo Danilovitsh)

Sinopse

Hanna Glawari acaba de se tornar viúva e ameaça retirar sua fortuna do Banco Pontevedro, a instituição financeira que pertencia ao seu marido. Para evitar que isso aconteça é preciso a todo custo encontrar um novo esposo que a convença a deixar o dinheiro ali. Contudo, o candidato mais provável, Danilo, é um funcionário dado a bebedeiras e com uma queda pela vida boêmia.

A opereta é uma comédia que se apoia tanto no canto como na interpretação, estando associada à tradição do teatro musical e, em particular, da opéra comique francesa. A viúva alegre é considerada o mais importante título da história da opereta. Mesmo o decorrer de um século de profundas transformações jamais chegou a embotar o brilho de seu sucesso junto às plateias.

No início do século XX, a opereta estava à beira da extinção. Na Áustria, com a morte de Johann Strauss, chegava ao fim a era de ouro desse gênero no qual se refletia uma burguesia rica e nada “imperial”. Na França, Jacques Offenbach já saíra de cena, nem existia mais o mundo (sobretudo aquele do Segundo Império) contra o qual as operetas transgressivas dirigiam sua ironia cortante. Restava apenas a Grã-Bretanha, na qual Gilbert e Sullivan debochavam da sociedade pós-vitoriana em suas obras repletas de jogos de palavras e, portanto, de difícil aceitação em outros países.

A exemplo de Salomé e de Madame Butterfly, A viúva alegre ganhou imediatamente grande destaque na cena teatral europeia. Primeiramente, a obra é eminentemente feminista e a sensibilidade erótica feminina é – de diferentes maneiras – o seu principal motor. Ela é também uma representação irônica da sociedade e da política da época. Enfim, Lehár nela desenvolve uma linha melódica muito rica, que toma algo emprestado do folclore e leva mesmo à introdução de alaúdes árabes na orquestra. Além de valsas, polcas, mazurcas e marchas, também a música étnica eslava acaba entrando na dança. Enfim, essa autêntica comédia musical é envolta num véu de melancolia, antecipando os disparos em Sarajevo e a Primeira Guerra Mundial, o fim de um mundo e do papel central que a Europa nele desempenhava.

Coproduzido com o Teatro La Fenice de Veneza – onde estreou em fevereiro de 2018 –, o espetáculo, apresentado aqui no seu idioma original, tem como regente Constantin Trinks, que atua pela primeira vez à frente da orquestra da Ópera de Roma.

Na releitura proposta pelo diretor Michieletto, a Belle Époque dá lugar ao período do fim da década de 1950, sendo a ação transferida da embaixada em Paris para a sede de um banco de província de um país imaginário. A valsa tradicional dá lugar ao rock and roll e ao boogie-woogie, numa atmosfera de comédia musical, com o final feliz de uma viúva bilionária que se casa com o funcionário do pequeno banco em crise, evitando que a instituição seja levada à falência.

“Tomei como ponto de partida a ideia de que aquilo que faz tudo o mais se mover é o dinheiro”, diz Damiano Michieletto. “O interesse e a atenção dados a essa viúva têm como único motivo a herança que traz para a instituição. Construí então um paralelo entre a embaixada mencionada no libreto e um banco. O Barão Zeta não é mais embaixador, mas sim diretor dessa instituição de crédito da província, sempre aterrorizado pela perspectiva de ser absorvido por outros bancos muito maiores”, conclui.

Em meio a um turbilhão de amores, traições e ciúmes, entre incompreensões e sobressaltos, a história segue, apesar de tudo, fiel à concepção original, graças a um estratagema: uma vez a cortina baixada, Njegus, o empregado do banco, assume aqui a forma de um cupido que espalha a poeira das estrelas e acerta com seu dardo os corações das vítimas.

Atos

Obs: nesta produção, a embaixada do libreto inicial é substituída por um banco.

Ato 1

O embaixador (aqui o banqueiro), barão Zeta, e sua bela esposa francesa, Valencienne, darão um baile naquela noite. Camille de Roussillon, tem um caso amoroso com Valencienne. Entra Negus, que vem trazer um monte de contas a pagar. Todos lamentam a situação de iminente falência do banco.
Nesse momento chega a notícia de que a rica viúva Hanna Glawari, dona de uma fortuna de mais de vinte milhões de francos, comparecerá ao baile. Pontevedra espera que alguém, do banco case com ela a fim de salvar as finanças. O barão acha que o “bon vivant” conde Danilo deveria cortejar a viúva e casar-se com ela. Quando ela sai, Valencienne e Camille trocam juras de amor, e são vistos por Negus.
O Conde Danilo entra bêbado. Negus lhe conta a missão que o espera.

O barão e sua mulher recebem os convidados. Quando Danilo é apresentado a Hanna, ambos descobrem que já tiveram um flerte e que o romance foi interrompido pelos pais de Danilo.
Danilo declara seu amor a Hanna, mas ela diz que o conde, como os outros homens, só ama o seu dinheiro. Mas, convidada pelo barão, escolhe Danilo com seu par para a primeira dança. Porém, o conde, sentindo-se magoado, vai valsar com outra convidada. Camille dança com Hanna. Depois de dançar com outros convidados, Hanna e Danilo se vêem a sós. A viúva sente que ainda a ama.

Ato 2

Hanna vai dar uma festa a fantasia. Depois de uma série de danças todos vão jantar.
O barão, Danilo e Negus se reúnem para estudar como vai a conquista do conde.
Valencienne e Camille entram numa sala para ficar a sós. São espionados por Negus pelo buraco da fechadura. Voltam o barão e Danilo, e Zeta toma o lugar de Negus.

Surge Hanna que percebe alguma coisa no ar. Faz com que Valencienne saia por uma porta lateral e toma seu lugar junto a Camille no pavilhão. Quando o barão abre a porta, encontra Camille e Hanna, e esta anuncia que se casará com ele. Todos ficam assustados. Hanna vê a reação de Danilo e tem certeza agora de que ele a ama.

Ato 3

Camille é evitado por Valencienne e pelos outros convidados. Hanna aparece e é cumprimentada por um embaraçado Camille.

Isso irrita Danilo, que desafia o rival. Valencienne consegue convencer o marido de que só ama a ele. Deixados a sós, Danilo e Hanna declaram seu amor e o banco está salvo.

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